Villagres: exportando inovação há mais de 30 anos

Em 1922, os irmãos João, Maurício, Segundo e José, filhos do imigrante italiano Carlos Buschinelli, fundaram a empresa cerâmica de telhas francesas Carlos Buschinelli & Filhos. Com o passar do tempo, os negócios da família foram sendo atualizados. Neste tempo, ocorreram algumas divisões societárias, e em 1994 João Aparecido Buschinelli, neto de Carlo Buschinelli, fundou a Cerâmica Villagres com seu núcleo familiar. 

Durante todas essas décadas, a empresa sempre priorizou a inovação e se adequou às demandas do mercado: produziu telhas por 50 anos; seguiu para produtos extrudados, como a lajota colonial; passou pelos pisos cerâmicos prensados até chegar aos porcelanatos a partir de 2007.

A marca credita o seu sucesso ao longo de todos esses anos à sua estratégia empresarial definida e tecnologia de última geração. Os produtos são pensados para atender aos mais variados ambientes com excelência, eficiência e estética

Segundo Decio Scartezini, gerente de Exportação da Villagres, a empresa foi pioneira em ações comerciais no mercado brasileiro, sendo a primeira a produzir porcelanato via úmida na cidade de Santa Gertrudes em 2007 e a investir nos grandes formatos.

Ele explica que, assim como grande parte das empresas do setor, a Villagres tem crescido muito desde 2010. Investimentos foram realizados nos últimos 7 anos para a criação de soluções diferenciadas, pensando na proposta de valorização da marca, seja no Brasil ou no exterior, por meio de arquitetos e especificadores.

Exportando inovação

A Villagres considera a exportação um canal estratégico. Iniciou sua inserção no mercado externo há mais de 35 anos, a princípio em países da América do Sul e nos Estados Unidos. Apesar de definir estratégias específicas de acordo com a cultura de cada país, não há diferenciação no desenvolvimento dos produtos: “Os mesmos produtos vendidos aqui são vendidos no exterior, sem nenhuma alteração”, ressalta Scartezini. Os clientes estrangeiros têm, no entanto, predileção pelos tamanhos quadrados e texturas polidas brilhantes.

Os certificados internacionais de qualidade permitem à empresa exportar suas soluções para todo o mundo, sem que seja impossibilitada por requisitos técnicos. “No que diz respeito a barreiras comerciais, felizmente o Brasil não sofre muito, conseguimos controlar nos momentos em que ocorreu. O grande problema, sem dúvida, é o gargalo logístico, tanto no operacional dos portos quanto nas dificuldades impostas pelos armadores em relação aos fretes”, comenta.

Atualmente, outras questões que se apresentam são a rapidez com que a direção dos negócios muda, seja devido aos interesses dos países ou dos próprios clientes, e a negociação baseada unicamente em preços. “É difícil concorrer com países como a Índia, por exemplo, que praticam preços muito menores do que os de quase todo mundo”, explica o gerente de Exportação.

Nos últimos 6 anos, a produção destinada ao mercado externo tem se mantido em torno de 15% em faturamento ou em metros quadrados. A projeção da Villagres para a exportação em 2025 é de um crescimento de 10%. O principal benefício da internacionalização, de acordo com Scartezini, é a diversificação dos negócios, ou seja, não depender apenas de um canal de comercialização. Há ainda outras vantagens relacionadas ao financeiro e ao rating da empresa: “Toda empresa que atua no Comex tem um melhor rating junto a bancos, ao BNDES, além disso, tendo a parte financeira bem trabalhada é possível utilizar a flutuação cambial com ganhos extras”, explica.  

Para ele, as parcerias e feiras no exterior são essenciais para a internacionalização, no entanto, é preciso novas atualizações e novos modelos para que o Brasil possa figurar em locais estratégicos e melhorar sua reputação no setor de revestimentos internacional.