ANFACER Entrevista Ana Emília Buschinelli, Presidente do Conselho de Administração da Villagres.
ANFACER Entrevista Ana Emília Buschinelli, Presidente do Conselho de Administração da Villagres
Ela é formada e Psicologia pela PUC-Campinas e depois de trabalhar nas áreas de pesquisa e saúde mental se especializou em gestão de pessoas e administração de empresas, já com a percepção aguçada de que, em um futuro próximo, teria de estar presente para o processo sucessório da Cerâmica Villagres, que faz parte dos investimentos e negócios de uma família empreendedora que está presente no cenário industrial brasileiro desde a década de 1930.
Convidada para participar do Especial Mulheres na Indústria Cerâmica, proposta pela ANFACER, Ana Emília conta, com grande satisfação, um resumo da história da marca: “a Villagres foi fundada em 1994 por meu avô, João Aparecido, com uma gestão estritamente familiar. Em 2009, com o apoio de consultores renomados, criamos o Conselho Administrativo, formado por dois sócios que trabalhavam na empresa (João Carlos e Vanderli) e três herdeiros, primos entre si, um de cada núcleo familiar: Filipe, João Henrique e eu. Nesta ocasião, fui nomeada presidente do Conselho Administrativo por unanimidade dos membros e com aprovação dos demais sócios”, diz a empresária.
O passo seguinte foi conduzir todos a um processo profundo de profissionalização, “durante o qual reestruturamos o organograma. Os sócios atuantes se afastaram das atividades operacionais e passaram a exercer somente o papel de conselheiros, junto com os herdeiros”, explica Ana Emília.
Em 2012, a gestão da empresa passou efetivamente aos membros da terceira geração. Momento em que foi nomeada novamente Presidente do Conselho Administrativo. Cargo que permanece até hoje. “Em 2014, sob nova consultoria, elaboramos o atual modelo de gestão, mantendo parte da profissionalização e retomando parte do modelo familiar: agregamos ao papel de conselheiros administrativos as diretorias diretas de nossa empresa, ficando cada um dos primos responsáveis por uma área. Assumi então a diretoria administrativa financeira e recursos humanos, que também comando atualmente. Em entrevista exclusiva, Ana Emília Buschinelli fala sobre as suas percepções sobre a empresa, seus desafios como mulher em uma indústria com perfil predominantemente masculino e as suas batalhas pessoais para afastar de vez o estigma de “a filha do dono”e ser respeitada pelo mérito e pela capacidade empreendedora.
ANFACER: A Villagres está no cenário empresarial brasileiro desde a década de 1930. Olhar para esse histórico e se inserir décadas depois na direção da companhia é preciso estar atenta a muito detalhes micro e macro da realidade interna e externa (se formos levar em consideração os solavancos econômicos brasileiros). Como você resume as suas percepções sobre a empresa desde que entrou no comando?
Ana Emília Buschinelli: A Villagres sempre teve um perfil conservador. A maior parte do lucro é reinvestida na empresa. Como toda a indústria, sentiu as oscilações econômicas, mas seu perfil foi primordial para passar por esses momentos. Durante as crises, uma das maiores mudanças foi na gestão. A equipe se fortaleceu por meio das relações de trabalho, traçamos prioridades claras e aprimoramos nosso planejamento. Mantivemos nossos valores e adotamos estratégias assertivas comuns a todos os setores, o que nos uniu e ajudou a passarmos por esses solavancos.
No meio do caminho, percebemos que fazia sentido encerrarmos as atividades de uma das unidades e isso aconteceu em 2014. Desligamos 150 colaboradores e saiba: foi uma das decisões mais difíceis que já tomamos. No entanto, estava mais do que provado que a unidade nos trazia prejuízos e protelamos o máximo possível essa atitude. Mas, tivemos de aprender a abrir mão do que não nos traz resultados. Como empresa familiar, esse é um aprendizado árduo e difícil, porém necessário. E em meio a esse cenário, concretizamos o processo de sucessão familiar, que é delicado para todas as empresas. Somos a terceira geração à frente do negócio. Criamos o conselho administrativo e outras estruturas organizacionais que contribuíram com a comunicação, autonomia, liderança e eficiência. Já vivíamos a gestão familiar e experimentamos a profissionalização. Por fim, encontramos um modelo de gestão que associa as características de ambos e atende o nosso estilo de negócio, o que foi essencial para nossa sobrevivência, longevidade e sucesso.
ANFACER: Qual o tamanho da empresa, atualmente, em números?
AEB: Estamos instalados em um terreno de 14 alqueires, com 65 mil m² de área construída. Nossa produção é de 600 mil m²/mês, com foco em produtos de valor agregado e inovação. Atualmente temos 400 colaboradores diretos e 100 funcionários indiretos. Abrangemos o mercado nacional e exportamos para 27 países. Também valorizamos muito o trabalho social, que envolve o apoio à entidades como APEAC, direcionada a pessoas com necessidades especiais; Instituto Muito + Vida, voltado à assistência de crianças; Lar dos Velhinhos, com ênfase nos cuidados com idosos; Projeto Bem Viver, da APAE (Cordeirópolis); Orquestra Educacional de Piracicaba; Pedal de Ouro de Cordeirópolis e investimos continuamente em Programas de Treinamento e Desenvolvimento internos, com ênfase à educação formal dos nossos colaboradores, por meio do programa de Incentivo à Educação.
ANFACER: Trabalhar em uma indústria predominantemente masculina. Quais os seus principais questionamentos e desafios durante a sua carreira e como conseguiu conduzir as suas opiniões? Isso acontece na prática ou é lenda?
AEB: Meu primeiro desafio foi construir uma identidade própria. Em uma empresa familiar, somos vistos primeiramente como herdeiros. É preciso tempo para que as pessoas percebam sua capacidade e mérito, desvinculando sua atuação da imagem de “filho do dono”. Meu avô construiu valores sólidos, que carregamos conosco até hoje, e tratou a empresa como uma extensão de sua casa, como uma família. Claro que o fato de ser mulher influencia em al
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