8º Fórum Nacional de Design para Revestimentos Cerâmicos
A Aspacer – Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento foi palco do 8º Fórum Nacional de Design para Revestimentos Cerâmicos. O evento promovido anualmente reúne designers e profissionais do setor durante dois dias na sede da entidade. O tema este ano é Modernidade Líquida e os desafios do Design.
A abertura do evento contou com a participação do presidente da Aspacer, Valmir Severino Carnevali, que falou sobre a importância da qualificação. “A gente vive uma revolução no modo de pensar. E, hoje o setor cerâmico possui um nível profissional e tecnológico excepcional, que está sempre evoluindo e se modificando”, destacou.
O vice-presidente do Conselho Administrativo da Anfacer, Benjamim Ferreira Neto, avaliou que a iniciativa é um meio importante de valorização da indústria cerâmica e também uma busca da identidade própria da brasilidade de produtos nacionais. “Essa contribuição do despertar do design é um movimento fundamental do setor para suportar todas essas alternâncias da economia e do mercado de construção com um todo”, pontuou durante discurso.
Em seguida, o Gerente de Design e Inovação do Centro Cerâmico do Brasil (CCB), Marcos Serafim falou sobre o porquê da escolha do tema. Segundo ele, o Fórum deste ano foi pensado para trazer ao setor pensamentos e posições de mercado onde o design é protagonista e nesse contexto discutir como setor pensa sobre as mudanças que estão vindo. “Dentro disso buscamos pessoas que pudessem falar dessas mudanças e da liquides nas relações de consumo e como nós desenvolvedores se encaixamos nisso”, disse.
ABERTURA
O filósofo Jelson Oliveira, falou, às 9 horas, sobre Modernidade Líquida e os desafios do Design. O primeiro painelista a se apresentar trouxe para o público reflexões sobre as demandas de consumo e relações pessoais com base nas mudanças que ocorrem dentro das instituições parentais. “Se a gente comparar a modernidade de hoje podemos dizer que há uma mudança no que diz respeito as referências, ou seja, as instituições sociais como família, emprego, estado e escola, estão em crise e sofrendo mudança. E o que marca nosso tempo é liquides onde as referências são diluídas e a gente fica sem um lugar central para olhar e entramos agora na era da comparação”, destacou.
Na sequência foi arquiteto Alexandre Brunato, que discorreu sobre a Economia do Afeto, onde falou, por exemplo, sobre como usar nossos sentidos em um projeto arquitetônico. “Tendência muitas vezes é a liberdade de escolha, respeitando a individualidade de cada um”, citou durante apresentação.
O período da manhã foi encerrado com a apresentação da Business designer Glaucia Binda que falou sobre A empatia das coisas com um olhar humanizado sobre projetos de design. “Pessoas compram experiência e não produtos. Empatia é a arte de se colocar no lugar do outro, calçar o sapato do outro”, exemplificou ela acrescentando que o princípio básico da empatia é que a gente precisa escutar mais. “A gente precisa fazer isso em todos níveis não só com as pessoas mas com nosso clientes”, finalizou.
O segundo dia movimentou a sede da Aspacer com palestras no período da manhã que trouxeram assuntos ligados ao tema do Fórum, Modernidade Líquida, fazendo a plateia pensar, como lidar com tantas transformações e de maneira tão rápida em todas as relações que envolvem os seres humanos, inclusive as relações dos profissionais, com os produtos e com seus consumidores.
Logo às 8h30, a psicóloga e psicopedagoga Ana Paula Santa Helena, iniciou o segundo dia do evento, com a apresentação do tema, Família Multiespécie: o espaço como potencial para relação com os Pets. “Esse termo passa a surgir através da verticalização das moradias. A partir daí, os profissionais arquitetos e designers tiveram que incluir em seus projetos os animais, que passaram a ser membros integrantes das famílias”.
A publicitária Juliana Burza, também trouxe um tema muito polêmico e que foi destaque nessa manhã do Fórum. Falando sobre Economia digital: o papel do design nesta transformação, Burza propôs aos participantes uma nova forma de olhar os objetos e as pessoas, entendendo que as mudanças no comportamento do consumidor foram rápidas e acentuadas nos últimos tempos. “Vivemos uma interação do que é real e o que é virtual muito intensa, e em vez de pensar nisso como um problema, devemos enxergar esse momento como uma oportunidade”.
Encerrou os trabalhos pela manhã, o mestre em comunicação e semiótica, Luís Alexandre Ogasawara, com o tema Por que (não) investir em design?, afirmando que inovar exige riscos e que é preciso fazer algo, melhor, como nunca feito antes. “O design precisa participar de todos os processos da fabricação do produto e porque não atuar até no ponto de venda? Só assim, ele terá novas ideias e argumentos eficazes para propor mudanças e novas soluções”.