ANFACER • Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres

Missão aos EUA reforça defesa do setor cerâmico e busca soluções para preservar a competitividade da indústria

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Após audiência pública no USTR e articulação com autoridades, Anfacer retorna ao Brasil com estratégia clara e visão de longo prazo.

Nos dias 3 e 4 de setembro, a Anfacer integrou a missão empresarial liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Washington, que reuniu cerca de 130 representantes de empresas, associações e federações de diversos setores da indústria brasileira. A iniciativa teve como principal objetivo abrir caminho para reverter as tarifas comerciais adicionais impostas pelos EUA, com foco na preservação das relações econômicas bilaterais e no fortalecimento do setor produtivo nacional no mercado americano.

Durante a missão, a Anfacer participou ativamente de agendas estratégicas, reforçando a defesa dos interesses da indústria cerâmica brasileira. Os EUA são o principal mercado de exportação do setor desde 2015. Em 2024, a receita das exportações para esse mercado somou cerca de US$ 98 milhões.

Os efeitos das novas tarifas já são sentidos no setor. Na comparação dos dados de exportação entre agosto de 2024 e agosto de 2025, a queda na receita já supera 62% e em volume 54%. O setor destaca que a manutenção da tarifa impacta não apenas o comércio, mas também investimentos e empregos, uma vez que a indústria gera cerca de 50 mil postos de trabalho diretos e outros 200 mil indiretos. A Anfacer também aponta a dificuldade de redirecionar as exportações no curto prazo, já que os produtos desenvolvidos para o mercado americano possuem especificidades técnicas e atendem uma economia de alto poder aquisitivo.

 

Delegação da Anfacer e do setor cerâmico que participou da agenda oficial da missão

Próximos passos

A Anfacer avalia a missão como uma importante etapa de entendimento sobre o contexto e os desafios do cenário tarifário. A mobilização evidenciou que o avanço no diálogo dependerá de esforços contínuos e de uma atuação de longo prazo para enfrentar as complexidades do tema.

O setor atuará na continuidade do trabalho iniciado em Washington, com acompanhamento constante do cenário e reforço nas articulações com entidades norte-americanas. Nesse contexto estratégico, o setor cerâmico tem atuado em conjunto com outros segmentos de revestimentos para o desenvolvimento de uma estratégia estruturada. Também já iniciou tratativas com escritórios de lobby especializados para atuar diretamente na defesa do setor.

 

Articulação internacional:entenda a agenda e a defesa do setor na Seção 301

A missão empresarial da CNI em Washington mobilizou mais de 30 setores da indústria brasileira. A programação incluiu reuniões na Embaixada do Brasil, no Capitólio e na US Chamber of Commerce, além de encontros com autoridades norte-americanas e a apresentação do escritório de lobby Ballard Partners.

O principal ponto da agenda foi a audiência pública realizada no Escritório do Representante Comercial dos EUA(USTR), no âmbito da Seção 301. A Anfacer apresentou uma argumentação técnica e consistente, com foco na exclusão da cerâmica da lista de tarifas adicionais e destacando os impactos negativos sobre a cadeias produtiva e os consumidores americanos. A defesa conjunta com as empresas Portobello America e Eliane USA fortaleceu ainda mais a posição do setor, que detém cerca de 8,5% do mercado de cerâmica em volume e é reconhecido como um fornecedor confiável e estratégico para a construção civil norte-americana.

A missão em Washington marca o início de uma nova etapa — mais estratégica, técnica e alinhada com os desafios globais — na busca por soluções que preservem a competitividade e em defesa de um ambiente comercial justo e sustentável para a indústria cerâmica brasileira.

A Anfacer destaca o papel fundamental da CNI, encabeçada pelo seu presidente Ricardo Alban, na viabilização desse espaço de diálogo, ressaltando a contratação de um escritório de lobby especializado e a contribuição técnica de Roberto Azevêdo, ex-diretor da OMC, nas argumentações junto ao USTR.

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